INTRODUÇÃO
A unidade de propagação sexuada, formação de propágulo, unidade de dispersão ou diásporo, deve conter essencialmente um embrião. Quando madura, a semente é o meio pelo qual o novo indivíduo é disperso, embora freqüentemente a parede do ovário ou até mesmo órgãos extra-florais possam permanecer em estreita associação para formar uma unidade de dispersão mais complexa, como ocorre nos cereais. Portanto a semente ocupa uma posição crítica na história da vida das plantas fanerógama.
Pela definição botânica, semente é o óvulo desenvolvido após a fecundação, que contém embrião, endosperma (que pode estar ausente) e tegumento (que pode ter mais de uma camada) (Brasil, 2009). Contudo, a Legislação Brasileira (Lei nº 10711, de 5 de agosto de 2003) apresenta um conceito mais amplo, definindo semente como o material de reprodução vegetal de qualquer gênero, espécie ou cultivar, proveniente de reprodução sexuada ou assexuada, que tenha finalidade específica de semeadura.
Do ponto de vista ecológico as sementes representam um meio de sobrevivência das espécies vegetais, visto que algumas podem resistir a condições adversas que poderiam ser fatais as plantas que lhes deram origem. Constituem uma das mais importantes adaptações das gimnospermas e das angiospermas para a vida terrestre. Elas são o principal veículo de reprodução das plantas através do tempo e no espaço, perpetuando as características advindas da evolução. Além disso, as sementes podem armazenar reservas nutritivas, que garantem o desenvolvimento do embrião, até que se torne fotossintetizante.
Além disso, também apresentam importância econômica como alimento e são transformadas pela agroindústria em uma variedade de produtos. No contexto agrícola, o sucesso de qualquer empreendimento baseado na exploração comercial de cultivos vegetais requer a utilização de sementes de alta qualidade, com potencial de produzir plantas vigorosas e produtivas, de maneira uniforme e no menor tempo possível.
Uma semente é considerada germinada quando acontece a protrusão da radícula. Todos os processos que antecedem esta protrusão são processos germinativos e começam bem antes da germinação visível. O primeiro evento do processo de germinação da semente é a embebição, a qual é caracterizada pela entrada de água na semente madura não dormente, que leva a uma série de mudanças fisiológicas, entre elas a mobilização dos compostos de reserva e o crescimento do embrião.
Além disso, devemos considerar que o eixo embrionário passa por um período de estresse por anoxia, já que com a rápida entrada da água há a saída do ar. Isso nos leva a refletir sobre alguns pontos relacionados ao metabolismo respiratório do embrião em germinação: quais são as vias metabólicas alternativas para a obtenção de energia em condições de anoxia na germinação? Qual a funcionalidade das mitocôndrias nesse momento? Como ocorre o transporte dos hidrolizados durante a mobilização das reservas? Ao navegar nesse site, você poderá obter essas informações.